segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

Primeira semana de Vai na Fé atropela em situações que podem ser irreversíveis


A Rede Globo estreou na última segunda-feira (16), a telenovela Vai Na Fé, escrita por Rosane Svartman (Bom Sucesso). Assim como as atrações anteriores da autora, o folhetim se destaca por uma abordagem específica. Nesse caso, o melodrama veio com a proposta de fazer uma maior conexão com o público evangélico.

Para isso, o enredo traz a tona a personagem Sol (Sheron Menezzes), uma mulher protestante, casada e com duas filhas, que ganha a vida vendendo quentinhas na rua. No entanto, em determinado momento a protagonista recebe um convite para ser backing vocal de um cantor decadente.

A situação, por sua vez, não é bem vista pela família da mocinha. Além disso, ela ainda é vítima de fake news que apontam um relacionamento com o seu chefe. 

A ideia de Rosane era mirar na audiência protestante, a qual ela própria alegou ser um segmento bem presente nas pesquisas de público realizadas pela Rede Globo. Todavia, o que a autora mostrou nesta primeira semana foi um show de saudosismo que mais pode afastar do que trazer este público. 

Show de saudosimo em Vai Na Fé pode comprometer audiência evangélica

Para começar, a trama apresentou uma visão bem otimista de como a ideia de Sol dançar para um cantor "mundano" pareceu "tudo bem" ao pastor da igreja que ela frequenta. Isso porque é um estilo musical totalmente recusado dentro dos templos religiosos. 

Além disso, a igreja que a protagonista frequenta com a família passa longe da realidade brasileira. No entanto, se aproxima bem do que vemos na dramaturgia norte-americana. Inclusive, outra coisa que destoa é o fato dos personagens só frequentarem o templo pela manhã, sendo que a rotina do povo evangélico vai muito além de um único dia da semana. 



Como se não bastasse, em um capítulo da semana de estreia um personagem reconheceu Sol como evangélica apenas por ela citar o nome de "Deus" numa frase. De fato, algo bem saudosita, uma vez que por se tratar de um país com maioria cristã como o Brasil, independente de qual igreja seja, é frequente usar expressões como "graças a Deus", e etc.

Por outro lado, o público nas redes sociais também tem reagido com certo preconceito em relação a
algumas doutrinas sagradas seguidas pelos religiosos. Muitos, inclusive, questionaram certas atitudes que são comuns no dia-a-dia dos evangélicos. Ao que tudo indica, Vai Na Fé está sob uma bomba muito perigosa, e todo é cuidado é pouco para não ferir ninguém.

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