sexta-feira, 1 de março de 2024

[REVIEW] Dra. Cha: uma forma sutil de ver a vida

Pôster de Dra. Cha (Foto: Divulgação)


Este é o primeiro artigo sobre K-dramas que escrevo, e espero ser o primeiro de muitos. Estou muito empenhado em trazer mais conteúdo sobre este gênero aqui no blog. Doctor Cha é uma telenovela sul-coreana produzida em 2023, e disponibilizada pela Netflix aqui no Brasil. O drama contém 16 de episódios com cerca de 60 minutos em uma única temporada. 

Na Coréia do Sul, a série foi exibida pela emissora de TV a cabo JTBC. O roteiro tem a assinatura de Jung Yeo-rang, com direção geral de Kim Dae-jin e Kim Jung-wook

Qual o enredo?

A narrativa expõe a jornada de Cha Jeong-suk, uma dona de casa que repensa sua vida após ser diagnosticada com uma doença perigosa. A partir de então, Cha decide dar um novo rumo profissional, e retoma sua carreira como médica após 20 anos de atraso. No entanto, para isso, ela vai ter que enfrentar preconceitos, traições, e novos desafios.

A vida não é para ser um Karma

Eu descreveria essa série como uma forma sutil de enxergar a vida. Nós existimos enquanto matéria para sermos mutáveis, para sermos abertos ao novo, às transformações da vida. Perceber isso, e fazer bom uso, é a forma mais sincera e feliz de podermos ser quem queremos. 

A Dra. Cha tinha tudo para ser uma mulher amargurada e infeliz: marido infiel, sogra terrível, filhos distantes, uma vida monótona, e pra completar, uma doença perigosa. Porém, ela pegou todos esses empecilhos, colocou em um liquidificador e os devorou como se fosse o certo a se fazer. 

Cena do K-drama (Foto: Divulgação)


Existem coisas na vida que é melhor deixar pra lá e enxergar de uma maneira diferente. Não é ser trouxa, bobo, ingênuo, ou qualquer outro termo perjorativo, mas sim ser astuto e sábio para entender que a vida é muito mais do que momentos ruins. Vivemos uma só vez, e se a vida nos dar a oportunidade de escolher entre o bom e o ruim, vamos nos esforçar para fazermos boas escolhas e nos afastar dos erros. 

Foi essa a percepção que tive da série. Comecei odiando alguns personagens, e cheguei ao último episódio com pena. Algumas pessoas são infelizes porque passam muito tempo fugindo da verdadeira felicidade. Quando se dão conta, é tarde demais. Por isso, precisamos vigiar as nossas ações, e o quão estamos contentes consigo mesmos. Se nossa paz está perturbada, é tempo de mudar. 

Roteiro, direção e atuações

Com uma premissa simples e familiar, Doctor Cha estabelece um equilíbrio positivo ao regar sua narrativa com drama e comédia. Toda a trajetória da personagem protagonista seria muito mais dolorosa sem a boa dose de humor.  Até mesmo a decisão de pincelar com comédia personagens intragáveis como o marido infiel e sua mãe funcionam bem, pois dão um tom de humanidade que se estende até o final do programa. 

Uhm Jung-hwa como Dra. Cha (Foto: Divulgação)


Nesse sentido, o roteiro consegue construir um enredo sólido, emotivo, divertido, e encorajador. Todo esse desenvolvimento chega ao ápice no último episódio do show, um dos mais emocionantes que já assisti. A direção conversa igualmente com o texto descontraído, e o tom novelesco da obra. 

Por fim, as atuações conseguem fechar com chave de ouro a preciosidade que é este K-drama. Uhm Jung-hwa incorpora a pele de uma mulher, mãe, médica, amiga e muitas outras facetas com uma naturalidade admirável. A atriz também cede ao personagem muito carisma, e uma sutileza para as cenas dramáticas que é impossível passar em branco. Da mesma forma, Kim Byung-chul faz um excelente trabalho como o marido da protagonista. Seu personagem inicia com matizes antagonistas, e o intérprete consegue desviar bem quando a figura precisa tomar novos rumos na trama. 

E não poderia encerrar este artigo sem destacar a sonoplastia perfeita. Desde a música que embala a abertura do drama, até o encerramento, e outras canções que embalam a narrativa, todas são um acerto. A minha preferida é "Breath" de Jung Seung Hwan.

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quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

Ficções na TV brasileira: existe limite entre o real e o imaginário?

O Clone, novela de sucesso dos anos 2000 (Foto: Divulgação/Rede Globo)


Introdução

Este ano decidi que veria um clássico da dramaturgia brasileira, O Clone, melodrama escrito por Glória Perez em 2001, e reprisado várias vezes na Rede Globo e Canal Viva nos últimos anos. Um marco na TV do Brasil. Ainda estou no começo do folhetim, mas gosto de acompanhar comentários de pessoas que assistiram a trama antes de mim, ou até mesmo de quem está vendo no momento. Dito isso, foi lendo opiniões nas redes sociais que me deparei com um dilema: existe limite entre real e imaginário?

Novelas nacionais e a barreira do tempo 

Nos últimos 5 anos, novelistas do Brasil têm se deparado com um fenômeno recente, mas muito perigoso: o cancelamento. Tramas queridas pelo público passaram a ser julgadas por um filtro politicamente correto. Tudo aquilo que é condenado, ameaça a memória e destrói toda a magia da FICÇÃO. Porém, vale mencionar que esse "cancelamento" tem atingido só produções nacionais. Ou seja, aquilo que vem de fora (leia-se United States), mesmo não satisfazendo as ideologias contemporâneas, é praticamente anulado de julgamentos e lixamentos nas redes sociais. Por que será? Fica a reflexão.

Mulheres Apaixonadas (2003) e Pretty Little Liars (2010) trataram dos mesmos temas, porém só a primeira é julgada (Foto: Montagem/Foco na Dramaturgia)


É bem verdade que a nossa sociedade apresentou mudanças nos últimos 10, 20 anos. Ainda assim, certos comportamentos ainda estão presentes, querendo ou não. Portanto, para mim, é absurdo alguém querer condenar algo com a desculpa de "os tempos mudaram". Embora isso tenha algum fundo de verdade, a questão aqui é que o ser humano continua o mesmo.

Ficção não é vida real 

O segundo ponto é bem claro. A telenovela é uma obra ficcional sem compromisso com a realidade. Portanto, não tem obrigação alguma de obedecer certos padrões sociais. O que acontece é que para gerar identificação com o público, no geral, é preciso trazer um pouco do cotidiano para dentro do enredo. Mas não se pode confundir. Ficção ainda é uma história imaginária, onde aqueles personagens não existem e não representam nenhuma ameaça (não deveriam).

Para completar, atualmente, vejo muita cobrança em cima das telenovelas. Uma pressão sem sentido, uma vez que colocam essas produções como se elas existissem para "educar a sociedade". Educação se constrói no coletivo, no dia-a-dia, e não através de um enredo fictício. 

"Esse diálogo não cabe mais nos dias de hoje". "Esse personagem é muito problemático". "Essa trama envelheceu mal". A única coisa que envelhece somos nós seres humanos feitos de carne e osso. Enquanto envelhecemos e a vida vai diminuindo, tem pessoas causando barulho por causa de uma cena de novela feita no início do século atual ou passado. Talvez se a nossa atenção estivesse nos problemas reais, as soluções para o nosso mundo problemático seriam mais óbvias.

Conclusão

Portanto, acredito que discussões como essa nem deveriam existir. É algo tão banal para ter que ser explicado parágrafo por parágrafo. Sou a favor do debate, e acho que as novelas proporcionam isso, mas também há de se ter consciência que são obras audiovisuais - e de ficção - feitas com o propósito de entreter. 

Porém, se ainda a novela X ou Y soa antiquada e problemática demais, talvez não seja o seu tipo de produto. Até porque não podemos esquecer que a telenovela é um gênero que conversa com certos públicos, e não com um todo. Curtam o que gostam, e deixem quem gosta também curtir igualmente. Respeitar o espaço de cada um é apenas um passo, e assim como uma casa é feita de tijolos, a vida é um amontoado de pequenas coisas, porém jamais insignificantes.

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segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

İyilik: o custo de uma boa ação [PRIMEIRAS IMPRESSÕES]

Pôster internacional da telenovela (Foto: Reprodução/Madd Entertainment)


Há alguns meses estou acompanhando uma novela turca chamada İyilik. Você provavelmente vai encontrá-la por aí com diversos títulos, como La Traición, Venganza y Amor, La Inquilina, ou ainda, Relaciones Peligrosas. A produção é um remake da telenovela sul-coreana Show Window: The Queen's House.

Estreada na Turquia em 2022, o drama é uma produção da Med Yapım, responsável por outro grande êxito no Brasil, Iludida (Sadakatsiz). A novela conta com as atuações protagonistas de Hatice Şendil, Sera Kutluber e İsmail Demirci. A adaptação corre a cargo de Ayşe Teker e Özge Korkmaz, enquanto Murat Öztürk cuida da direção.

Qual a história?

Neslihan (Hatice) é uma mulher da alta sociedade, casada e com dois filhos. Ela vive uma vida perfeita ao lado do seu marido, Murat (İsmail). Pelo menos, é o que ela acredita. O seu cônjuge mantém um relacionamento de anos com Damla (Sera), uma desenhista que ele salvou dos maus tratos que ela passava ao lado do tio. Após muito tempo sendo enganada pelo parceiro, Damla decide se aproximar de Neslihan para ter por perto quem ela enxerga como uma inimiga. Enquanto isso, Neslihan se compadece das mentiras de Damla, e a hospeda em sua casa. A situação sai do controle quando Neslihan descobre que colocou dentro de casa a amante do seu marido, e que ela está disposta a tudo para roubar sua vida.

Neslihan acredita ter a vida perfeita (Foto: Divulgação/Madd Entertainment)


O preço de uma boa ação

A tradução literal do título original da novela é "bondade". Isso diz muito ao analisar cautelosamente o enredo, uma vez que Neslihan faz uma boa ação porque enxerga em Damla a irmã que ela perdeu muito cedo por causa de uma relação abusiva. 

Amigas?  (Foto: Divulgação/Madd Entertainment)


No entanto, as boas intenções de Neslihan não são levadas em conta, e Damla demonstra ser uma pessoa muito, mas muito perigosa. Neslihan perde o marido, sua casa, a empresa da família, todo seu dinheiro, e como desgraça é pouca para ela, ainda vai parar na prisão sendo inocente. Após tudo isso, ela acaba morando de favor na casa de um policial que se compadece de todo seu sofrimento.

Muitas reviravoltas 

Neslihan e Murat discutem  (Foto: Divulgação/Madd Entertainment)


Apesar de muito sofrimento, Neslihan não é uma protagonista que baixa a cabeça facilmente. Ela chora, mas enxerga nos filhos um motivo para seguir lutando para recuperar sua vida. Ao mesmo tempo, ela tem a ajuda de amigos próximos que estão dispostos a auxiliá-la nessa luta.

Neslihan é uma protagonista forte  (Foto: Divulgação/Madd Entertainment)


O verdadeiro vilão

Murat destroi a vida de Damla e Neslihan  (Foto: Divulgação/Madd Entertainment)

Mesmo focando na rivalidade entre Damla e Neslihan, İyilik também traz outra figura antagonista odiável, Murat, o marido de Neslihan. Ele é detestável, covarde, mentiroso, ladrão, e tudo de ruim que você pode imaginar. A trama em nenhum momento suaviza o personagem, mesmo em relação a sua paternidade. Foi Murat que se aproveitou do quadro emocional de Damla para usá-la a disposição de seus prazeres, e também foi ele o responsável pela queda financeira da família de Neslihan. Espero que até o final da novela, ele seja punido por todos os seus crimes, sejam eles morais ou não.

Roteiro, direção e atuações

A novela apresenta uma narrativa dinâmica, recorrendo a reviravoltas, saltos no tempo, e mistérios que engajam o público. O que me chama atenção aqui é que não existem núcleos paralelos. Todo o enredo gira em torno de Neslihan, Damla e Murat. Ainda assim, a trama não perde o gás em momento algum. Em contraste, como um melodrama declarado, o texto usa e abusa de diálogos expositivos e muita carga dramática. 

A direção de cenas é muito caprichada, com sequências memoráveis como quando Neslihan descobre a traição e leva Murat até o aterro sanitário para jogar na cara dele que sabe de tudo. Os embates entre mocinha e vilã são outro deleite. É puxão de cabelo, tapa na cara e xingamentos pra lá e cá. Tudo isso acompanhado de uma sonoplastia deliciosa. Cada gancho é um infarto!

Neslihan enfrenta Damla  (Foto: Divulgação/Madd Entertainment)


O elenco principal esbanja talento. Hatice Şendil merecia mais oportunidades como protagonista, ela carrega um drama intenso como ninguém. Igualmente, Sera Kutlubey surpreende ao sair de sua zona de conforto como heroína, para uma personagem ardilosa, psicologicamente doente, e debochada. A atriz exagera em caras e bocas, mas tem carisma e cumpre o desafio.

İsmail Demirci também surpreende na pele do infiel Murat. O ator consegue desenhar um antagonista sem apelar para caricatura. É impossível não sentir ranço do seu personagem.

İyilik tem 27 bölümleri (capítulos de 120 minutos) na sua versão original, e 74 episódios na versão internacional. Essa review abrange até o capítulo 15 da edição turca. Espero que o folhetim continue empolgante. Depois volto para contar o fim dessa história.

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quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

Fatmagül | Crítica social, incômodo e polêmicas: tudo sobre a nova novela do canal VIVA

Fatmagül'ün Suçu Ne?, um marco da teledramaturgia otomana (Foto: Divulgação/Kanal D International)


Muitos a criticam, porém poucos conhecem a sua história

Fatmagül'ün Suçu Ne?( Fatmagül, a força do amor no Brasil) foi exibida entre 2010 e 2012 pelo Kanal D na Turquia. A história foi contada em 80 capítulos distribuídos em duas temporadas, rendendo altos índices de audiência. Na versão internacional, o folhetim contém 169 capítulos de 45 minutos cada, com exceção do último que tem 70 minutos.

A novela foi vendida para mais de 180 países desde que as novelas turcas debutaram na América Latina, em 2014, sendo um sucesso em todos eles. Na Espanha foi exibida pela primeira vez em 2018 e se tornou a novela mais vista da emissora Nova com uma média de 744.000 telespectadores, chegando em alguns capítulos a atingir cerca de 1 milhão de pessoas. No Brasil foi exibida no lugar de Mil e Uma Noites (Binbir Gece) pela emissora Band entre 2015 e 2016, mantendo os índices do sucesso anterior. E agora, o folhetim retorna para a televisão brasileira no canal Viva, emissora da TV paga pertencente ao grupo Globo.

Fatmagül é uma jovem humilde do campo que tem sua vida transformada por uma tragédia (Foto: Divulgação/Kanal D International)


A HISTÓRIA

Fatmagül (Beren Saat) é uma jovem humilde e inocente que está de casamento marcado com Mustafá (Fırat Çelik), mas uma tragédia está prestes a mudar totalmente sua vida. Em uma noite é capturada por quatro homens, dos quais três abusam dela. A partir desse momento, Fatmagül é obrigada a mudar de cidade com sua família por causa dos comentários da população, como se não bastasse ainda é abandonada por seu noivo e acaba se casando com Kerim (Engin Akyürek), amigo dos homens que a violentaram, o qual aceita ter parte da culpa pelo estupro, uma vez que não denunciou seus amigos. Agora morando em Istambul, Fatmagül tentará se recuperar do trauma pelo qual passou e procurar justiça em um mundo machista onde a voz de muitas mulheres é silenciada.

A POLÊMICA

O drama de Fatmagül detém um dos títulos mais polêmicos já produzidos na Turquia. O próprio título Fatmagül'ün Suçu Ne? (Em tradução literal “Que culpa tem Fatmagül? ”) reflete o tom engajado da trama em retratar um tema tão pesado.

A trama fez tanto barulho na Turquia e em outros países do Oriente Médio que gerou discussões no parlamento turco. Alguns líderes chegaram a mandar mensagens de apoio ao Kanal D depois de terem assistido a novela.

É UMA NOVELA MACHISTA?

O contexto social sim, a história não. Fatmagül funciona como uma espécie de crítica social, expondo uma sociedade vivendo de forma ilógica e sem voz. O machismo presente na obra serve como pano de fundo para a fundamentação da crítica, fato também presente em algumas produções norte-americanas como The Handmaid’s Tale (2017 – atual). Para discutir alguma problemática, primeiro é necessário expô-la.

No último capítulo, uma multidão se reuniu para comemorar a vitória da protagonista contra seus algozes (Foto: Divulgação/Kanal D International)


SOZINHAS NUNCA MAIS

Após o término da novela, grupos de apoio foram formados a fim de ajudar diversas mulheres vítimas de abusos sexuais e violência física, um deles foi intitulado de “Sozinhas nunca mais”, o qual gerou movimentos sociais no país. Inclusive, no último capítulo do melodrama, o grupo social participa de uma das últimas cenas onde pessoas levantam cartazes e gritam em coro o nome do conjunto.

DENÚNCIA SOCIAL

A história de Fatmagül é baseada no livro homônimo do romancista Vedat Türkali, lançado na década de 70, onde casos de abuso sexual eram constantes e os estupradores terminavam impunes. Vale mencionar que o enredo do livro é fictício, porém o assunto é real. O novelista usou o drama para criticar ferozmente a sociedade machista e expor o quão terrível e ilógico era a situação, gerando a partir de então vários centros de debate e mudanças na legislação. O escritor turco era conhecido por seu ativismo em torno dos direitos das mulheres. Sua filha, a atriz Deniz Türkali (Perihan), chega a atuar na novela.

ESCRITA E DIRIGIDA POR MULHERES

A novela levada ao ar em 2010 na Turquia contou com a adaptação do texto de Vedat nas mãos da dupla feminina Ece Yörenç e Melek Gençoğlu (Amor Proibido) e a direção sob o comando da renomada diretora Hilal Saral.

De mulheres para mulheres (Foto: Divulgação)


A IMPORTÂNCIA DE FATMAGÜL’ÜN SUÇU NE? PARA A DRAMATURGIA

Fatmagül é um melodrama com uma mensagem social que atravessa gerações até hoje. Apesar de fictício, o drama percorre uma jornada naturalista e que serve de ponte para uma comunicação orgânica com o público. Diferente de muitas outras histórias onde a heroína é violentada e se vinga, Fatmagül não precisou mudar de identidade, usar uma capa de super-herói, ou ainda conseguir uma herança e virar milionária para conseguir justiça. Ela, uma mulher simples do campo, conseguiu que sua voz fosse ouvida com muita persistência e fé. Ademais, se empodera no desenvolver do enredo, termina seus estudos e abre um negócio próprio. De fato, uma abordagem mais tradicional, porém igualmente poderosa e que expõe – principalmente para as mulheres – que é possível se defender e ter seus direitos atendidos sem apelar para situações rocambolescas.

Pôster da telenovela (Foto: Divulgação/Kanal D)


Além disso, durante o desenvolvimento do enredo, Fatmagül é acompanhada por psicólogos, e seu trauma é trabalhado com muita paciência. Isto é, a narrativa se preocupa em desenvolver os acontecimentos sob um ponto de vista mais responsável. A ideia não é apenas manter o público cativo, mas também conscientizar. Inclusive, no final, é exibida uma cena onde a pergunta do título original “Que culpa tem Fatmagül? ” é respondida. No início da obra, a mocinha é julgada por ter saído sozinha durante à noite, como se fosse a culpada pelo ato. Contudo, na sequência final é apresentada uma “realidade alternativa” com Fatmagül saindo sozinha no mesmo horário, e retornando para casa em segurança. Ou seja, a cena enfatiza que a protagonista não foi descuidada, mas sim uma vítima.

Protagonistas da ficção (Foto: Divulgação/Kanal D)


Outro feito, agora em termos narrativos, é o final inovador do melodrama. No último capítulo todo o público é levado de volta ao dia do crime, e vemos situações inéditas que reforçam a personalidade dos personagens. Por exemplo, fica claro que os Yaşaran nunca foram uma família correta (os negócios sujos sempre estiveram presentes no clã); também vemos que Erdoğan (Kaan Tasaner), por inveja do primo, planeja comprar as drogas para colocar o parente em uma situação constrangedora; Mustafa desde o início tem condutas machistas, o que vemos com mais clareza ao longo dos episódios. Confesso que é um desenrolar que pode parecer cansativo, porém responde muitos questionamentos e tem uma função narrativa muito poderosa.

CURIOSIDADES DA PRODUÇÃO

- A cena do estupro foi filmada durante toda uma madrugada em diferentes ângulos. A cena que foi ao ar foi a versão menos “perturbadora”.

- Para escrever e dirigir a cena do estupro foi necessária a consulta de psicólogos e especialistas;

- Beren Saat foi a atriz que mais pagou impostos na época da novela, uma vez que seu cachê era em torno de 80 mil liras turcas por capítulo;

- Quem escolheu o ator que deu vida ao personagem Kerim (Engin Akyürek) foi a própria Beren.

- A condição imposta por Hilal Saral para dirigir a novela era de que Beren Saat interpretasse a protagonista Fatmagül;

- As filmagens começaram poucos meses após o final de Amor Proibido, trama também protagonizada por Beren Saat;

- O personagem de Kerim foi modificado na novela, uma vez que no livro ele também participava do abuso, já na novela ele é o primeiro a incentivar Fatmagül por buscar justiça.

- A atriz Beren Saat já conquistou 19 prêmios ao longo de sua carreira e disse em uma entrevista que os pais devem ensinar seus filhos a serem feministas. Ainda alegou que sofreu assédio por parte um produtor e também de um ator.

Fatmagül estreia no Viva, a partir do dia 18 de dezembro, no horário das 20h30. Não perca a oportunidade de conferir este clássico da teledramaturgia turca. 


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segunda-feira, 20 de novembro de 2023

Em caminho: Tudo sobre "Ne Gemiler Yaktım", próxima novela da Show TV

Pôster da telenovela (Foto: Divulgação/Show TV)


Em breve a grade da Show TV na Turquia vai ganhar novidades. Trata-se de uma nova produção sob o comando da  Ay Yapım. Intitulada "Ne Gemiler Yaktım", a ficção conta com as atuações protagonistas de Deniz Baysal e Devrim Özkan

O roteiro está sendo escrito por Banu Kiremitçi Bozkurt, escritora responsável por sucessos como Kızım (Minha Menina). Enquanto isso, a direção corre a cargo de Altan Dönmez (Será Isso Amor?).

Confira a sinopse

O enredo é centrado na luta de duas mulheres em busca da sobrevivência, Yasemin (Deniz Baysal) e Fidan (Devrim Özkan). Esta última leva uma vida difícil ao lado de Rutkay (Berk Hakman), seu marido violento e misterioso. Certo dia ela resolve escapar das garras do cônjuge, e levar consigo a filha. Temendo pelo pior, Fidan é surpreendida com a chegada de Yasemin, uma desconhecida que a única coisa que compartilha com ela é a maternidade. Nesse jogo perigoso, onde fugir é a única opção, elas ainda terão que lidar com o policial Toprak (Erkan Kolçak Köstendil), o qual persegue os atos sujos de Rutkay e quer saber o paradeiro do criminoso.

Primeiras imagens da ficção são divulgadas (Foto: Divulgação/Show TV)


Elenco

Além de Deniz, Devrim, Erkan e Berk, a produção ainda conta com os nomes de Mert Denizmen, Onuryay Evrentan, Nazmi Kırık, Ata Çağlan Timur, Süreyya Kilimci, Çiğdem Selışık Onat e Macit Koper.

Elenco da telenovela (Foto: Divulgação/Show TV)


Data de estreia

Com um teaser sendo divulgado na TV, a ficção ainda não possui data de estreia. No entanto, comenta-se que o drama seja exibido toda segunda-feira, com capítulos semanais de 120 minutos. Com a frase "As mulheres podem ser duas: aquelas que viram onças para defender uma da outra, ou aquelas que são a casa uma da outra", a emissora está promovendo a série.




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terça-feira, 26 de setembro de 2023

O que está faltando em Fuzuê?

Marina Ruy Barbosa (esquerda) e Giovana Cordeiro (direita), irmãs e rivais em Fuzuê (Foto: Divulgação/Rede Globo)


Com mais de um mês no ar, a novela das 19h da Rede Globo, Fuzuê, ainda precisa provar seu potencial. A trama assinada por Gustavo Reiz enfrenta problemas - e não me refiro a números de audiência. 

Com um argumento descontraído, um contexto exagerado, e personagens espalhafatosos, a novela abraça a proposta de ser uma farofa com direito a cena de bolo voando pelos ares. Porém isso não é suficiente.

Novela apela para o cartum, porém é indiferente (Foto: Reprodução/Rede Globo)

Enredo não empolga

Com quase quarenta episódios, o folhetim carece de um desenvolvimento mais sólido. Nesse percurso até aqui, a trama é preenchida com esquetes nos núcleos secundários, e uma inércia irritante que persegue os personagens principais. Isto é, tudo parece estar igual ao que foi apresentado na primeira semana da comédia.

Diante disso, é preocupante o fato que em um mês a novela ainda não teve fôlego para avançar a história. Nos próximos capítulos estão previstos novos ares com o retorno de Maria Navalha (Olivia Araújo) . Será que esse acontecimento vai mudar alguma coisa? Espero que sim.

Nem o romance dos protagonistas salva Fuzuê (Foto: Reprodução/Rede Globo)

 

Falta emoção

Uma boa história captura o carinho do público pela emoção, essa é a raiz do folhetim. Mesmo que seja um recurso conhecido, o que move a audiência a seguir acompanhando é o que se prevê pelo desenrolar dos acontecimentos. Isso faz com que o público espere ansiosamente por alguma catarse. E para existir um grande momento, é preciso, antes de tudo, uma construção. Nesse caso, infelizmente, sinto que a atual trama das 19h tem muita dificuldade. Não houve construção do casal protagonista. Os vilões estão há semanas fazendo planos e nenhum resultado. E esse mistério sobre o tal tesouro não empolga.

Está salvando 

Nesse caos, o que salva é a direção artística de Fabrício Mamberti. Sem dúvidas, o diretor é capacitado para trazer técnicas visuais que conversem com o estilo da obra. Seja no uso da movimentação das câmeras, na preferência por slow motion, ou ainda em enquadramentos assertivos, a direção consegue um bom resultado.

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Novelas brasileiras que marcaram gerações

Avenida Brasil e Vale Tudo foram eleitas as melhores novelas pela revista Veja. (Foto: Divulgação/Globo)


Ao longo de mais de 70 anos, as telenovelas fazem parte da história e cultura do Brasil. Essas ficções, aliadas a um gosto popular e elementos narrativos ricos, entretém milhões de brasileiros há décadas, e revelam a cada dia a paixão local pelo melodrama. Com base nisso, separamos alguns títulos relevantes na história do gênero em terras tupiniquins. 


1. Irmãos Coragem 

1970 – 1971 
Autor(a): Janete Clair 

 
Jerônimo (Cláudio Cavalcanti), João (Tarcísio Meira) e Eduardo (Cláudio Marzo). (Foto: Divulgação/Globo) 

Novela responsável por quebrar o tabu de que novelas eram só para mulheres e ultrapassou a audiência da Copa do Mundo. Ganhou um remake em 1995, escrito por Dias Gomes (marido de Janete Clair na época da original). 

2. Selva de Pedra 

1972 – 1973 
Autor(a): Janete Clair 

 
Cristiano Vilhena (Francisco Cuoco) e Simone Marques (Regina Duarte). (Foto: Reprodução/Globo) 

Casal que ganhou torcida dos telespectadores. Esta foi a novela que alcançou 100% da audiência. Em 1986, a Globo produziu um remake escrito por Regina Braga e Eloy Araújo. 

3. Escrava Isaura 

1976 – 1977 
Autor(a): Gilberto Braga 

 
Lucélia Santos como a protagonista Isaura. (Foto: Reprodução/Globo) 

Sucesso de em vários países, principalmente pela Europa, a novela tornou a atriz Lucélia Santos mundialmente famosa. 

4. Roque Santeiro 

1985 – 1986 
Autor(a): Dias Gomes 

 
Sinhozinho Malta (Lima Duarte), Viúva Porcina (Regina Duarte) e Roque Santeiro (José Wilker). (Foto: Divulgação/Globo) 

O grande clássico de Dias Gomes possui a maior audiência da história. 

5. Ti Ti Ti (original e remake) 

1985 – 1986 / 2010 – 2011 
Autores: Cassiano Gabus Mendes (original) / Maria Adelaide Amaral (remake) 

 
À esquerda, Reginaldo Faria, à direita, Alexandre Borges, intérpretes de Jacques Leclair nas respectivas versões. (Foto: Reprodução/Globo/Divulgação/Globo) 

O remake de Ti Ti Ti também adaptou Plumas e Paetês, outro clássico de Cassiano Gabus Mendes. 

6. Vale Tudo 

1988 – 1989 
Autores: Gilberto Braga, Aguinaldo Silva, Leonor Bassères 

 
Odete Roitman (Beatriz Segall). (Foto: Reprodução/Globo) 

Tinha como pano de fundo a corrupção e a falta de ética no Brasil dos anos 80, sendo a novela mais atemporal já feita. Odete Roitman é considerada a maior vilã da TV brasileira. Protagonista do ”quem matou?” mais famoso da história das telenovelas, o Brasil parou para assistir seu assassinato na véspera de Natal. 

7. Tieta 

1989 – 1990 
Autores: Aguinaldo Silva, Ricardo Linhares, Ana Maria Moretzsohn 

 
Tieta (Betty Faria) e Perpétua (Joana Fomm), irmãs e rivais. (Foto: Divulgação/Globo) 

Baseada na obra de Jorge Amado, Tieta do Agreste, a novela causou polêmica com a relação incestuosa entre Tieta e seu sobrinho, o seminarista Ricardo, para se vingar da irmã, Perpétua. 

8. Top Model 

1989 – 1990 
Autores: Walther Negrão, Antônio Calmon 

 
Malu Mader interpretou a protagonista Duda. (Foto: Divulgação/Globo) 

Sucesso no horário das sete e recorde de audiência em seu último capítulo, atingindo 64 pontos. 

9. Rainha da Sucata 

1990 
Autor(a): Silvio de Abreu 

 
Glória Menezes como a vilã Laurinha Figueroa. (Foto: Reprodução/Globo) 

A trama de Silvio de Abreu retratava o universo dos novos-ricos e a decadência da elite paulistana. Maria do Carmo Pereira (Regina Duarte) e a falida socialite Laurinha Figueroa (Glória Menezes) protagonizavam o contraponto. 

10. Pantanal (original e remake) 

1990 / 2022 
Autores: Benedito Ruy Barbosa / Bruno Luperi 

 
À esquerda, Cristiana Oliveira como Juma Marruá (Foto: Reprodução/Rede Manchete). À direita, Alanis Guillen como Juma Marruá no remake. (Foto: Reprodução/Globo) 

A novela rural misturada ao realismo fantástico foi um grande sucesso para a extinta Manchete depois de ser rejeitada pela Globo. Três décadas depois, o título volta a fazer sucesso no horário nobre da principal emissora de TV do Brasil. 
11. Vamp 

1991 – 1992 
Autor(a): Antônio Calmon 

 
Cláudia Ohana e Ney Latorraca como os vampiros Natasha e Conde Vladimir Polanski. (Foto: Divulgação/Globo) 

Tramas de Antônio Calmon faziam sucesso entre os jovens. Vamp entrou para a história com seu estilo exótico, humor e trilha sonora. 

12. Mulheres de Areia 

1993 
Autor(a): Ivani Ribeiro 

 
Glória Pires interpretou as gêmeas, Raquel (à esquerda) e Ruth (à direita). (Foto: Reprodução/Globo) 

Ivani Ribeiro escreveu o remake de sua própria novela exibida pela Rede Tupi em 1973 e estrelada por Eva Wilma. Outra novela da autora, O Espantalho, exibida pela Record TV em 1977, também serviu de base para a história. 

13. A Viagem 

1994 
Autor(a): Ivani Ribeiro 

 
Diná (Christiane Torloni) e Otávio (Antônio Fagundes), os protagonistas que morrem na metade da história, mas permanecem até o final. (Foto: Reprodução/Globo) 

Outro remake escrito pela própria Ivani Ribeiro. A original foi exibida em 1975 pela Rede Tupi e estrelada por Eva Wilma e Altair Lima. 

14. Éramos Seis 

1994 
Autores: Silvio de Abreu, Rubens Ewald Filho 

 
Tarcísio Filho, Luciana Braga, Jandir Ferrari, Orthon Bastos, Irene Ravache, e Leonardo Brício. (Foto: Divulgação/SBT) 

Única novela da emissora a vencer o Troféu Imprensa de melhor novela e melhor atriz, para Irene Ravache. 

15. Quatro por Quatro 

1994 – 1995 
Autor: Carlos Lombardi 

 
Babalu (Leticia Spiller), Auxiliadora (Elizabeth Savalla), Tatiana (Cristiana Oliveira) e Abigail (Betty Lago). (Foto: Reprodução/Globo) 

Diferente da maioria das novelas, cujo foco geralmente é um casal principal, nesta tínhamos quatro mulheres que dividiam o protagonismo. 

16. A Próxima Vítima 

1995 
Autor(a): Silvio de Abreu 

 
Filomena (Aracy Balabanian) e Francesca Ferreto (Tereza Rachel). (Foto: Reprodução/Globo) 

Trama policial sobre assassinatos misteriosos com enigmas deixados pelo assassino. Repleta de referências aos romances de Agatha Christie e filmes clássicos de terror, a novela chocava eliminando personagens importantes (alô, Game of Thrones) de forma criativa.

17. Malhação 

1995 – 2020 
Autores: diversos 

 
Fatinha (Juliana Paiva) e Bruno (Rodrigo Simas) foram o casal que roubou cena na 20ª temporada do seriado teen, Intensa como a Vida, escrita por Rosane Svartman e Glória Barreto. (Foto: Divulgação/Globo) 

Criada originalmente por André Maltarolli e Emanuel Jacobina, Malhação tinha o formato de soap opera (estilo popular das novelas norte-americanas) e passou por diversas gerações de adolescentes. Com 27 temporadas, revelou vários atores, como Marjorie Estiano e Nathalia Dill, teve personagens icônicos como Mocotó (André Marques) e Cabeção (Sérgio Hondjakoff) e temas de abertura memoráveis, sendo Te Levar Daqui, da banda Charlie Brown Jr., o mais marcante.

18. O Rei do Gado 

1996 – 1997 
Autor(a): Benedito Ruy Barbosa 

 
Antônio Fagundes protagonizou a trama rural como Antonio Mezenga na 1ª fase e Bruno Berdinazzi Mezenga na 2ª. (Foto: Reprodução/Globo) 

Mais uma trama rural bem-sucedida de Benedito Ruy Barbosa, O Rei do Gado é a novela mais reprisada no Vale a Pena Ver de Novo, sendo também um sucesso em todas as reprises. 

19. Xica da Silva 

1996 – 1997 
Autor(a): Walcyr Carrasco (sob o pseudônimo de Adamo Angel) 

 
Taís Araújo interpretou a personagem-título, sendo a terceira novela protagonizada por uma atriz negra. (Foto: Reprodução/Rede Manchete) 

A polêmica novela da Manchete sobre a escrava Francisca da Silva de Oliveira não foi um estouro de audiência, mas ficou para sempre lembrada como uma das mais importantes da emissora, e rendeu a Taís Araújo o Troféu Imprensa de Atriz Revelação. 

20. Chiquititas (original e remake) 

1997 – 2001 / 2013 – 2015 
Autores: Ecilia Pedroso, Caio de Andrade (original) / Íris Abravanel (remake) 

 
Em cima, o elenco da versão de 1997, que incluiu Fernanda Souza e Carla Diaz. Abaixo, o elenco da versão mais recente, que incluiu Giovanna Grigio e Gabriel Santana. (Foto: Divulgação/SBT) 

O SBT produziu duas adaptações da novela infantil argentina criada por Cris Morena, apresentando os personagens a diferentes gerações de crianças e revelando jovens talentos. 

21. Por Amor 

1997 – 1998 
Autor(a): Manoel Carlos 

 
Regina Duarte e a filha Gabriela interpretaram mãe e filha na trama que envolveu uma troca de bebês (Foto: Divulgação/Globo) 

Regina e Gabriela Duarte trouxeram para as telinhas o amor de mãe e filha ao protagonizarem a trama de Manoel Carlos. Regina Duarte interpretou uma de suas Helenas pela segunda vez consecutiva, depois do sucesso em História de Amor. 

22. Era Uma Vez... 

1998 
Autor: Walther Negrão 

 
Marizé (Alessandra Aguiar), Glorinha (Luíza Curvo), Zé Maria (Alexandre Lemos) e Fafá (Pedro Agum), as crianças que encantaram os espectadores, junto ao vovô Pepe (Elias Gleizer). (Foto: Reprodução/Globo) 

O tema de abertura cantado por Sandy & Junior e Toquinho é um dos mais marcantes da história das novelas. 

23. Laços de Família 

2000 – 2001 
Autor(a): Manoel Carlos 

 
Camila (Carolina Dieckmann) decidiu raspar os cabelos. (Foto: Reprodução/Globo) 

Carolina Dieckmann surpreendeu e emocionou aos telespectadores no dia que foi ar a cena em que sua personagem, Camila, que sofria de leucemia, teve os cabelos raspados. A atriz se emocionou no dia da gravação e esta se tornou uma das cenas mais marcantes da teledramaturgia. 

24. O Cravo e a Rosa 

2000 – 2001 
Autor(a): Walcyr Carrasco 

 
Adriana Esteves e Eduardo Moscovis formaram um dos casais mais queridos pelo público, Catarina e Petruchio (Foto: Reprodução/Globo) 

O folhetim é levemente inspirado na peça A Megera Domada, de William Shakespeare, e remake de O Machão, da Rede Tupi, e escrita por Ivani Ribeiro. 

25. O Clone 

2001 – 2002 
Autor(a): Glória Perez 

 
Jade (Giovanna Antonelli) e Lucas (Murilo Benício) 

A trama épica de Glória Perez lançou tendências e bordões inesquecíveis. O romance entre Jade e Lucas cativa o público até hoje. 

26. O Beijo do Vampiro 

2002 – 2003 
Autor(a): Antônio Calmon 

 
Duque Bóris Vladescu (Tarcísio Meira) e Mina D’Montmatre (Cláudia Raia) (Foto: Divulgação/Globo) 

Seguindo a mesma linha de Vamp, a novela não teve a melhor audiência quando exibida, mas fez sucesso entre os jovens que a cultuam até hoje. 

27. Mulheres Apaixonadas 

2003 
Autor(a): Manoel Carlos 

 
Maria Padilha, Christiane Torloni e Giulia Gam interpretaram as irmãos Hilda, Helena e Heloísa (Foto: Divulgação/Globo) 

Recheada de cenas marcantes, violência doméstica e maltrato aos idosos foram alguns dos temas abordados. 

 

28. Chocolate com Pimenta 

2003 – 2004 
Autor(a): Walcyr Carrasco 

 
Ana Francisca (Mariana Ximenes) e Danilo (Murilo Benício) foram o casal principal da trama das seis, com idas e vindas, e tiveram dois filhos, o primeiro sendo Tonico (Guilherme Vieira). (Foto: Reprodução/Globo) 

Conta a história da ingênua Ana Francisca, que após ser humilhada pela pequena cidade onde mora, se torna uma mulher fina e elegante e retorna disposta a se vingar de todos que riram dela. Uma das cenas mais antológicas é quando lhe jogam tinta verde em seu baile de formatura, uma referência ao clássico do terror Carrie, a estranha. 

29. Canavial de Paixões 

2003 – 2004 
Autor(a): Henrique Zambelli 

 
Paulo (Gustavo Haddad) e Clara (Bianca Castanho). (Foto: Divulgação/SBT) 
Gustavo Haddad e Bianca Castanho protagonizaram o clássico do SBT, adaptação da trama mexicana. O casal, que sofreu para ficar junto, tinha como tema a canção Um Anjo Veio Me Falar, do grupo Rouge. 

30. Celebridade 

2003 – 2004 
Autor(a): Gilberto Braga 

 
Malu Mader e Cláudia Abreu brilharam como as rivais Maria Clara Diniz e Laura Prudente da Costa. (Foto: Reprodução/Globo) 

O capítulo em que Maria Clara dá uma surra em Laura bateu recorde de audiência, registrando 58 pontos. 

31. Da Cor do Pecado 

2004 
Autor(a): João Emanuel Carneiro 

 
Reynaldo Gianecchini e Taís Araújo foram os protagonistas Paco e Preta. (Foto: Divulgação/Globo) 

A novela abordou racismo, diferença de classe social e relação inter-racial. Mais um sucesso de exportação da TV Globo, sendo vendida para 98 países. 

32. Senhora do Destino 

2004 – 2005 
Autor(a): Aguinaldo Silva 

 
Maria do Carmo (Susana Vieira), Isabel (Carolina Dieckmann) e Nazaré Tedesco (Renata Sorrah). (Foto: Divulgação/Globo) 

Renata Sorrah ficou eternizada como a vilã que gerou diversos memes na internet. 

33. Alma Gêmea 

2005 – 2006 
Autor(a): Walcyr Carrasco 

 
Serena (Priscila Fantin) e Rafael (Eduardo Moscovis). (Foto: Reprodução/Globo) 

O tema de abertura cantado por Fábio Júnior foi um grande sucesso. A trama falava sobre reencarnação. Luna (Liliana Castro) é assassinada, mas retorna como Serena. 

34. Prova de Amor 

2005 – 2006 
Autor(a): Tiago Santiago 

 
Clarice abraça sua filha, Nininha. (Foto: Reprodução/
Record TV) 

Sequestro de crianças era o tema principal. Famílias cujos filhos estavam desaparecidos participavam dos capítulos dando depoimentos. Repleta de cenas emocionantes, como o reencontro entre Clarice (Lavínia Vlasak) e Nininha (Júlia Maggessi), foi um sucesso para a Record. 

35. Os Mutantes: Caminhos do Coração 

2007 – 2009 
Autor(a): Tiago Santiago 

 
Cena em que Tati (Letícia Medina) vê um sapo mutante gigante, originando o meme ”que sapão”. (Foto: Reprodução/
Record TV) 

Dividida em três temporadas, a novela não é conhecida por sua qualidade. Cenas absurdas, diálogos toscos, atuações ruins e efeitos visuais trash tornaram Os Mutantes uma eterna piada entre os fãs na internet.

36. A Favorita 

2008 – 2009 
Autor(a): João Emanuel Carneiro 

 
Flora (Patricia Pillar) e Donatela (Cláudia Raia). (Foto: Divulgação/Globo) 

O autor inovou trazendo uma história onde não se sabia quem era a mocinha e quem era a vilã. 

37. Caminho das Índias 

2009 
Autor(a): Glória Perez 

 
Juliana Paes e Rodrigo Lombardi. (Foto: Reprodução/Globo) 

A química gritante entre Maya e Raj fez com que a autora alterasse a história e promovesse os personagens a casal principal. Vencedora do Emmy Internacional. 

38. Paraíso 

2009 
Autor(a): Benedito Ruy Barbosa 

 
Eriberto Leão e Nathalia Dill deram vida aos protagonistas. (Foto: Reprodução/Globo) 

Zeca e Maria Rita, também conhecidos como Filho do Diabo e Santinha, enfrentaram barreiras para ficarem juntos. Benedito Ruy Barbosa escreveu o remake de sua própria novela exibida em 1982, estrelada por Kadu Moliterno e Cristina Mullins. 

39. Vidas em Jogo 

2011 – 2012 
Autor(a): Cristianne Fridman 

 
O palhaço assassino. (Foto: Reprodução/Record TV) 

O palhaço assassino, uma figura misteriosa que persegue os personagens, eliminando um a um. O grande mistério era quem estava por trás da máscara. 

40. Fina Estampa 

2011 – 2012 
Autor(a): Aguinaldo Silva 

 
Lília Cabral interpretou Griselda. (Foto: Reprodução/Globo) 
Griselda, o Pereirão, é uma mulher forte e batalhadora que sobe na vida ao ganhar na loteria. 

41. Avenida Brasil 

2012 
Autor: João Emanuel Carneiro 

 
A entrega de Adriana Esteves lhe garantiu mais um Troféu Imprensa de Melhor Atriz. (Foto: Reprodução/Globo) 

Vinda de várias personagens icônicas, Adriana Esteves se consagrou totalmente interpretando a vilã Carminha. Um grande sucesso para a TV Globo, as ruas ficaram vazias na noite de seu último capítulo. Atualmente é a novela mais exportada pelo mundo, alcançando 130 países. 

42. Cheias de Charme 

2012 
Autores: Filipe Miguez, Izabel de Oliveira 

 
As Empreguetes foram um trio musical fictício de sucesso. (Foto: Reprodução/Globo) 

Maria Aparecida (Isabelle Drummond), Maria do Rosário (Leandra Leal) e Maria da Penha (Taís Araújo), mais conhecidas como As Empreguetes, divertiam as noites dos brasileiros e fizeram sucesso com o hit Vida de Empreguete.

43. Carrossel 

2012 – 2013 
Autor(a): Íris Abravanel 

 
Rosanne Mulholland e o elenco mirim da novela. (Foto: Divulgação/SBT) 

Adaptação de sucesso do SBT, a versão brasileira de Carrossel revelou os talentos de Larissa Manoela, Jean Paulo Campos e Maísa Silva. 

44. Salve Jorge 

2012 – 2013 
Autor(a): Glória Perez 

 
Helô (Giovanna Antonelli) e Stênio (Alexandre Nero) conquistaram o coração do público. Os personagens retornaram na mais recente novela da autora, Travessia. (Foto: Divulgação/Globo) 

Apesar da baixa audiência e não ser um dos mais trabalhos mais aclamados da autora, possui muitos fãs e permanece no top 10 da Globoplay. 

45. Amor à Vida 

2013 – 2014 
Autor(a): Walcyr Carrasco 

 
Beijo entre Félix e Niko no último capítulo. (Foto: Reprodução/Globo) 

Félix era o grande protagonista da novela. O vilão foi humanizado ao longo da história e formou um casal com Niko, que ganharam a torcida do público. Mateus Solano e Thiago Fragoso protagonizaram o primeiro beijo gay da TV brasileira. 

46. Verdades Secretas 

2015 – 2021 
Autor(a): Walcyr Carrasco 

 
Carolina (Drica Moraes), Alex (Rodrigo Lombardi) e Angel (Camila Queiroz). (Foto: Divulgação/Globo) 

Verdades Secretas mostrava o lado obscuro do mundo da moda e era recheada de cenas quentes. Vencedora do Emmy Internacional. A novela teve uma 2ª temporada. 

47. Totalmente Demais 

2015 – 2016 
Autores: Rosane Svartman, Paulo Halm 

 
Marina Ruy Barbosa como Eliza. (Foto: Divulgação/Globo) 
Marina Ruy Barbosa interpreta Eliza, moça humilde que foge do padrasto que a persegue e é descoberta por uma agência de modelos. A carismática trama de Rosane Svartman e Paulo Halm fez ainda mais sucesso em sua reprise no ano de 2020. 

48. Êta Mundo Bom 

2016 
Autor(a): Walcyr Carrasco 

 
Sergio Guizé como Candinho. (Foto: Divulgação/Globo) 

Sergio Guizé encantou a todos na pele do doce e ingênuo Candinho. A atuação lhe garantiu o Troféu Imprensa de Melhor Ator. 

49. A Força do Querer 

2017 
Autor(a): Glória Perez 

 
Carol Duarte como Ivana, à esquerda, que se descobre trans e passa a se chamar Ivan, à direita. (Foto: Reprodução/Globo) 
Transexualidade foi um dos temas explorados no folhetim de Glória Perez. Ivana/Ivan é o marcante personagem transgênero interpretado por Carol Duarte (atriz cisgênero). Ao longo da novela, acompanhamos sua transição de gênero. 

50. Orgulho e Paixão 

2018 
Autor(a): Marcos Bernstein 

 
Darcy e Elisabeta, o casal principal do folhetim das seis. (Foto: Reprodução/ Globo) 

A novela é baseada nos romances da autora inglesa Jane Austen. Thiago Lacerda e Nathalia Dill interpretam Darcy e Elisabeta, inspirados em Elizabeth Bennet e Sr. Darcy, do clássico Orgulho e Preconceito.


Menção honrosa: Sua Vida Me Pertence 

1951 – 1952 

Autor: Wálter Forster 

 
Vida Alves e Wálter Forster como os protagonistas Elisabeth e Alfredo, os pioneiros na história da teledramaturgia brasileira. (Foto: Reprodução/TV Tupi) 

Walter Forster, que originou o termo ”telenovela”, escreveu, dirigiu e atuou na primeira novela do Brasil e do mundo. Exibida pela TV Tupi (primeira emissora de TV brasileira), ao vivo, duas vezes por semana e fechando com 15 capítulos, a obra iniciou o formato tão popular na América Latina. Nesta também houve o primeiro beijo da televisão brasileira. Recém-casada, Vida Alves precisou da permissão do marido para gravar a cena.


Lista por Matt Oliver.

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